domingo, 7 de julho de 2013

C'est bizarre II !




Seis meses depois, ainda existem algumas coisas no mínimo estranhas para se observar na vida cotidiana do parisiense. Nada que nos incomode, pelo contrário, nos diverte e faz refletir sobre certos aspectos e diferenças.

Prosseguindo com a série bizarrices :

Bom um dos esteriótipos mais ouvidos é de que o francês não gosta de tomar banho, certo ? Errado. Eles tomam banho sim, porém o uso de desodorantes me parece um hábito pouco comum. É normal você entrar no metrô - principalmente no verão - e quase desmaiar com o cheiro azedo de CC.

Mesmo no calor, próximo dos 30 graus, encontramos pessoas na rua de écharpes, botas e casacos peludos ( oi? verão?).

Eles se vestem elegantemente, mas depois do curso de francês comecei a notar que alguns professores iam quase todos os dias com a mesma roupa.

O parisiense passa muitos meses sob as baixas temperaturas na maior parte do ano - no entanto, quando o sol aparece eles vão aos parques, se jogam na grama e ficam por horas se bronzeando. De biquíni, sunga ? Não, bem vestidos, muitas vez com roupas de festa ( Ahan!?)



Dia de sol, calor e roupas - Bois de Vincennes


Eles acham estranho se você carrega na bolsa um kit com escova e pasta de dentes para sua higiene após as refeições, pois o francês não é lá muito fã de escová-los. Em alguns apartamentos o vaso sanitário fica em um lugar e o chuveiro e a pia em outro. Resultado. Eles fazem as necessidades e não lavam as mãos (eca!) e mesmo antes de comer não é um hábito frequente.

Quando você vai a um restaurante recebe um, somente um, pequeno guardanapo de papel e, vire-se, porque mesmo que você se suje todo não receberá outro.

O inglês deles é afrancesado e você tem que fazer um certo esforço para entender e decifrar certas coisas.

Quando você vai ao supermercado precisa fazer a matemática francesa, hoje já superada por nós, mas por exemplo : um produto que custe 3,84 se diz "trois quatre vingt quatre", ou seja,  3+40.20+4 = 3,84 socorro !! Não poderia ser trois et oitante et quatre ? 

Costumamos andar de mãos dadas na rua, normal para um casal de brasileiros.  Aqui, ao contrário, cada um anda de um lado, como colegas. Demonstrações de carinho em público ? Quase impossível, exceto para os adolescentes. Em contra partida, os homens se beijam como cumprimento, mas não se abraçam nunca. 

Perto aqui de casa existem algumas boulangeries que são como padarias no Brasil, já falei sobre elas aqui , só que bem mais sofisticadas, chiques e arrumadas lindamente, com um atendimento de primeira feito por senhoras bem apessoadas e super educadas, porém têm horários e as melhores baguettes são vendidas rapidamente, e nós, quase sempre quando chegamos, já acabaram todas. Nas férias de verão algumas fecham durante julho e agosto.

Pra cá não tem hospício. Onde ficam os loucos? Na rua, no metrô, por ai ... Já encontramos uma senhora, distintamente vestida, dando uma aula nos corredores do metrô para seus alunos imaginários usando como quadro um outdoor de um macaco. E não se espante se no meio da viagem de metrô, do nada, ouvir um grito desesperado, uma cantoria sem nexo ou um cocoricó de um galo, são eles, os loucos.


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