quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Paris de segunda mão

No Brasil, quando pensamos em brechós logo nos passa pela cabeça um lugar sujo, com roupas cheirando a mofo, emboladas em caixas de papelão, sujas ou jogadas no chão. Poucos são os lugares que encontramos brechós dignos, com roupas lavadas, cheirosas e bem arrumadas nas araras.
Em Paris a cultura "vintage" é forte. As pessoas gostam e compram sem preconceito. Os locais são bem democráticos e frequentados tanto por pessoas com aparente poder aquisitivo, quanto pelo povão a fim de preços baratos e qualidade.
Essa semana passeamos por dois. O primeiro em Saint Germain de près, um bairro tipo Beverly Hills parisiense.



Lá algumas celebridades têm apartamentos e encontramos as lojas de grifes mais famosas do mundo, como Cartier, Swarovski, Armani, Polo e etc, que são vizinhas do brechó "Kiloshop", isso mesmo, roupas à quilo.


 Uma infinidade de casacos, calças, vestidos de "pois", sapatos, bolsas, echarpes, e mais, muito mais, com balanças e espelhos espalhados pelos três andares de pura diversão. Roupas etiquetadas, ordenadas e a loja com aquele cheirinho gostoso de "boutique".



O segundo chama-se Guerrisol entre o 9ème e 18ème arrondissement  na Place de Clichy. Bom, se Saint Dennis, como disse o Fábio, parece Madureira, a Place de Clichy é o próprio Saara. Confesso que quando saí do metrô me surpreendi com a quantidade de vendedores nas portas das lojas chamando os clientes e oferecendo mercadorias das mais variadas. Andamos mais um pouco e lá estava ela, Guerrisol! É quase um grande galpão, as roupas são separadas por preços e estado de conservação. Paciência é a palavra de ordem. Primeiro porque se está frio, você passa a sentir um calor desértico, pois a quantidade de casaco que você tem que tirar para experimentar é absurda, sem contar a cabine que é ínfima. Mas, parafraseando Pessoa "tudo vale a pena se a grana é curta". E se garimpar direitinho tem como encontrar umas peças beeeem bacanas.


Provavelmente essa cultura cresceu muito no pós guerra onde tudo era muito escasso desde a água, comida e até as roupas. Nós apreciamos muito esse tipo de compra e, segundo o Fábio, uma roupa sempre merece uma segunda chance.

Um comentário:

  1. Vamos em julho - calor -, e pretendemos voltar vestidos dos pés à cabeça com roupas de marca dos brechós. Inclusive com uma calça xadrez de dolce e gabana. A Ana concordou. Até lá.

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