Trad: Vergonha para o dono desse cachorro |
C'est bizarre ! Uma expressão muito usada pelos franceses que quer dizer é estranho, esquisito, bizarro mesmo.
Após um mês, observando e vivendo o cotidiano do francês, já deu para notar algumas bizarrices que para nós brasileiros são estranhas mas para eles ... pas de problème (nenhum problema).
O francês ama os animais tanto que são capazes de criar um labrador (cãozinho fofo, mas enorme) dentro de um apartamento de pouco mais de 20 metros quadrados. E claro, o bichinho tem que fazer suas necessidades na rua. Aqui existem muitos postes com pequenas caixas acopladas que o dono pode servir-se de sacos plástico para a coleta dos excrementos do seu animalzinho, no entanto, ninguém faz isso ! Um paradoxo, visto que, não há um lugar que você entre que não seja cumprimentado com um bonjour, monsieur, madame, s'il vous plaît, merci - eles são mega educados. Mas e os cocozinhos? Ficam nas calçadas. Vejamos as paisagens mas não nos esqueçamos de olhar para o chão.
A história das baguettes muitos já conhecem. Francês come pão todos os dias em todas as refeições, as boulangeries (padarias) vivem lotadas. Sabemos também que hoje em dia há um pequeno papel para enrolar as baguettes, no passado vinham na mão mesmo, ou melhor de baixo do braço para já ir temperando. Estamos em pleno inverno tem nevado e chovido, e ... As baguettes veem ao ar livre, molhadas, com neve ou não, eles andam comendo, não dá para esperar chegar em casa.
Temos corrido no parque, é certo que não com a frequência dos primeiros dias, o frio e a chuva têm nos impedido um pouco. Noto que aqui não são as mulheres que usam as calças coladas de lycra e sim os rapazes. Elas usam umas calças largonas com o fundo solto. O hábito de correr está tão enraizado na vida deles que correm no grande centro, entre os monumentos, no meio dos turistas.
Capital da moda, mulheres super elegantes, magras, altas, roupas e écharpes chiques. Um frio de doer e elas se agasalham e empacotam do tronco para cima. Nas pernas? Uma meia calça fininha. O sapato tem que fazer barulho. Calça jeans? Raramente usam.
O metro é um dos lugares mais frequentados por nós. Uma verdadeira mistura de cor, raças, tipos e línguas. O espaço mais popular, onde podemos durante as longas viagens observar de tudo. Desde perucas mal ajambradas, cabelos endurecidos pelos mousses a toucas que combinam um pouco de sujeira com perfume. Os óculos são, mais do que uma necessidade, um acessório indispensável. Os cachorros também entram no metro, carrinhos de criança, pessoas indo para os aeroportos cheias de malas e os mais variados tipos de material, já vi um rapaz carregando uma janela, no meio do trem lotado. Sem contar os pedintes que assim como no Brasil contam as histórias mais tristes para arrumar um qualquer. Bacana são os músicos, sempre trazem um ar parisiense a viagem. Já pegamos um vagão com um rapaz tocando sax acompanhado por outro ao violão, foi um verdadeiro espetáculo. Mas se for dar moedinha para todos ...
Nós brasileiras, estamos acostumadas a ir a manicure toda a semana, estar sempre com um esmalte diferente e as unhas cuidadosamente feitas. Apesar de chiquérrimas, as francesas não fazem as unhas ! Eu já sabia, tira a proteção da unha. Bom, eu poderia continuar com meu hábito semanal, porém teria que gastar de 20 a 35 euros por semana somente para que a moça empurre um pouquinho a cutícula e pinte por cima, ou frequentar os salões tailandeses onde as mulheres colocam as mãos nos aquários para os peixinhos comerem a pele morta e sair bem cutilada pagando o dobro. Resolvi aderir o hábito das parisienses, apenas corto e lixo as unhas. A última vez que tentei por conta própria gastei uma manhã inteira e até uma criança de três anos faria melhor.
Bem acho que ser bizarro não é ruim, pelo contrário, é o diferente, o novo, o que não estamos acostumados. É aprender no cotidiano a lidar com os hábitos culturais e manifestações que cada sociedade tem, e isso é muito bom e enriquecedor.
C'est bizarre!
(Clicar na foto se quiser ampliar)
Chay, achei muito legal essas bizarrices, só fiquei intrigada com a história dos cocozinhos uma vez que na europa eles multam as pessoas por causa disso. A França praticamente resolveu o problema de abandono de animais(coisa infelizmente muito comum nas férias de verão), pois ela tem a multa mais cara da europa para esse crime.
ResponderExcluirE falando nisso, vocês irão ver não só nos metrôs, mas também nos aviões, trens e até navios esses amados animais de estimação acompanhado seus donos nas tão sonhadas férias.
Gatos nas suas casinhas de transporte e cães dependendo do tamanho usando focinheiras, mas sempre felizes e saltitantes ao lado de seus donos.
"Ce n'est pas bizarre, c'est merveilleux!"
Beijos,
Marta.
Oi Marta ! Também acho "merveilleux" o convívio com os animaizinhos, acho lindo ! O que é "bizarre" é justamente seus donos não catarem as sujeiras. Noto isso desde a primeira vez que estivemos aqui. E se a multa é cara, ou o dono não se importa de pagar, ou eles não estão dando conta de punir de tanto que tem. Bom, uma bizarrice que faz parte do charme de Paris. Voilà !
ExcluirBises,
Chay