A história das catacumbas de Paris começam há 45 milhões de anos atrás, quando o norte da França se situava em uma zona tropical, e a cidade de Paris ficava no fundo de um mar quente. Neste mar abundavam formas de vidas pré históricas, moluscos e crustáceos de quase 1 metro de comprimento, cujas cascas eram ricas de minerais. Com o decorrer das eras, o oceano secou, e os sedimentos dos crustáceos se depositaram uns sobre os outros, dando origem, através de milhões de anos, a uma grossa camada petrificada em forma de rocha. No ano 1 da era cristã, os romanos chegaram à Paris, e criaram um povoado chamado de Lutécia. Logo descobriram que no subsolo havia esta rocha excelente para ser talhada. Começaram a edificar uma vila com termas, templos e arena, feitos à base desta pedra, que passou a ser conhecida como "Calcaire de Lutétien".
Espécie marítima que viveu há 45 milhões de anos e é a base da arquitetura parisiense |
À partir da idade média, e pelos próximos 1200 anos a cidade de Paris foi sendo construída com estas pedras, desde a catedral de Notre Dame até prédios públicos e particulares, conferindo à cidade seu aspecto tão peculiar. Com isso, as pedreiras subterrâneas se transformaram em um enorme sistema de túneis em forma de labirinto, que até hoje ninguém sabe ao certo o tamanho, mas que está na ordem de muitas dezenas de quilômetros. Assim, Paris se situa em cima de um enorme "oco", que já resultou algumas vezes no passado em desabamentos de quarteirões inteiros, deixando os túneis à céu aberto.
Filas gigantes todos os dias |
Chegada ao portão do ossuário com o anúncio macabro: "Pare! É aqui o império da morte! |
O resultado parece tão bizarro que hoje, todos os dias, os visitantes fazem filas gigantescas para conhecer esta macabra atração, em frente à insuspeita casinha verde de madeira, no meio do 14eme, que é a entrada dos pedreiras. Mas não é uma visita para qualquer um. Os túneis são escuros, úmidos, e o trajeto é enorme e repleto de sobe e desce. A distância a ser percorrida é grande, e as ossadas não são cheirosas. Tem que ser realmente curioso ou amante da história para apreciar o passeio, mas a julgar pelos tamanhos das filas diárias muita gente é. Desde a primeira vez que ouvi falar das catacumbas, no programa "acredite se quiser", tive curiosidade de visitá-las, e finalmente consegui.
Placa filosófica no meio das caveiras: "Assim tudo passa sobre a terra, espírito, beleza, graças e talentos,
Tal qual uma flor que se dobra ao menor vento"
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Impressionante, curioso, bizarro, interessante e propicia a reflexão.
ResponderExcluirO texto está muito bom. Parabéns.
Obs. o que está na placa referente à brevidade da vida é claramente inspirado no Salmo 90 (vale a pena conferir)
Oi Fábio,
ResponderExcluirachei muito honesto da sua parte o relato sobre a visita a essa atração um tanto macabra como você mesmo disse. Eu realmente não faria esse tipo de passeio, mas acredito que muitas pessoas não deixariam passar. Fiquei pensando:se esse lugar fede, imagina os esgotos de Paris, por falar nisso, você como nosso guia na cidade tem que fazer uma visitinha lá também!
Continuem a nos guiar por lugares curiosos e interessantes. Estamos sentindo a sua falta nas aulas e cometamos sempre sobre as suas visitas nesta cidade maravilhosa.
Muitos beijos aos dois,
Marta
Oi marta,
ResponderExcluirJá vimos em um folder uma divulgação do museu dos esgotos e deve ser uma boa visita. mas parece que é preciso reservar com antecedência. Vou me informar melhor. Mande um abraço para todos lá na aliança francesa tb !
Bjs !
SInissssssssstro!!!!!
ResponderExcluirE ai jarbas, encarava ?
ResponderExcluirAbs Fabio