quarta-feira, 6 de março de 2013

Os Prédios Haussmann



Imagine se a Torre Eiffel, Notre Dame, o Louvre e os demais monumentos de Paris estivessem escondidos no meio de um monte de arranha céus, edifícios envidraçados, prédios-caixotes (edifícios de concreto armado, quadrados e burocráticos). Dificilmente a cidade teria a fama e o apelo que possui hoje. Isso porque, a verdadeira moldura da beleza da cidade são suas avenidas largas, seus parques, e os prédios em estilo haussmaniano. Eles são a verdadeira marca registrada de Paris, e a simples visão de um deles traz imediatamente o nome da cidade à mente.
Criados em meados do século 19 pelo prefeito Haussmann, como uma das medidas básicas de embelezamento e modernização à todo custo da capital francesa, levadas à cabo à pedido de Napoleão III.



Tudo aconteceu ao mesmo tempo: o alargamento e o embelezamento de avenidas, a extinção dos cortiços e dos velhos prédios caindo aos pedaços, a criação de monumentos e parques públicos às dezenas, e a expulsão da população de baixa renda para a periferia. Além de recriar Paris, (que até então tinha fama de insalubre, mal cheirosa e horrivel), o plano era torná-la também a mais bela cidade do mundo, arejada, agradável e dramática. O imperador, sobrinho de Bonaparte, queria ainda extinguir de vez a possibilidade de revoluções populares, muito comuns até então, se beneficiarem de ruelas e pequenos edifícios para acartelamento e barricadas.
Para isso, Haussmann criou a solução das "ruas-parede". Uma fileira de prédios geminados, muitas vezes com o mesmo gabarito, que ocupasse toda a quadra, sem vielas ou cortiços no meio. Como o objetivo era também embelezar a cidade, todos teriam uma fachada sóbria e elegante, longas janelas de pequenos balcões, e com o ultimo andar duplo reservado para os mais ricos, com telhados dotado de janelas que se abriam em meio ao indefectível telhado de ardósia ou de metal. Estava criado um estilo clássico que passou a ser a cara da cidade que todos amamos.



Até hoje o estilo é o modelo para a construção de muitos prédios da cidade, mais ou menos fiéis ao modelo clássico. Muito imitado em outros lugares, dentro e fora da França, o estilo não agradou muito à princípio, pois as pessoas reclamavam da uniformização e da impressão de estarem "sufocadas pelos prédios". Hoje os parisienses amam e nem cogitam a possibilidade de viver sem eles. Napoleão III e suas reformas definiram o que é a cidade de Paris até hoje.

Um comentário:

  1. Ah Paris ... Amo os haussimanianos, seus alpendres e portarias. Lindos, lindos !!

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