domingo, 10 de março de 2013

Promenade plantée e Viaduc des Arts




Um dos melhores passeios a pé que fiz até agora aqui em Paris foi o caminho através da Promenade plantée, nome que pode ser traduzido livremente como "passeio plantado", e que é também uma sensacional solução de urbanismo: uma via para os pedestres passearem que é totalmente verde do início ao fim, e liga a Praça da Bastilha, que fica no centrão do centrão de Paris, até o nosso parque do coração, Bois de Vincennes. Esta via é uma das coisas incríveis que a cidade oferece, mas que infelizmente acaba passando batido dos olhos dos turistas.


Viaduc des Arts, um belo parque suspenso entre os prédios


Depois que fiz este passeio a cidade subiu ainda mais no meu conceito, pois sempre admirei a idéia da muito propagada High line, um parque suspenso que existe há poucos anos em Nova York, construido sobre uma linha de trem desativada. Porém, eu não sabia que a via americana foi inspirada (copiada) da idéia original parisiense, que já existia há mais de 10 anos antes e é três vezes maior.

Antiga via férrea que hoje é o Viaduc des Arts


 A partir da Bastilha, a Promenade se inicia no Viaduc des Arts, uma passarela construída no trajeto de um antigo viaduto ferroviário que fazia parte da extinta  linha Bastille - Vincennes, cujo trajeto é até hoje a base da promenade. Após ser desativado, o lugar ficou ocioso por uma década, abandonado e poluindo visualmente a cidade, até que alguém teve a idéia de criar um agradável parque suspenso. Os arcos do viaduto foram convertidos em ateliers de artesanato, daí seu nome "Viaduc des arts". Enquanto a High line americana se limita ao parque suspenso, a promenade plantée se continua por entre demais áreas verdes, até que se chegue ao Parque.


Os ateliers sob o Viaduc des arts  




Passarela sob o parque de Reuilly


Na extremidade do viaduc oposta à Bastilha a via segue através de uma bela passarela que atravessa o Jardin de Reuilly, área verde muito bem tratada que costumava ser os jardins da residência dos reis merovíngios, dinastia que iniciou a criação de um reino que viria a se tornar um dia a França, lá pelos início da idade média. Aproveitando-se da revitalização da área, belos condomínios foram construídos ao redor do jardim. A via prossegue pela Allée Vivaldi (alameda Vivaldi), cheia de cafés e "restôs" (como eles chamam restaurante por aqui) e também onde se encontra totalmente preservada como centro cultural a antiga estação de trens de Reuilly.
Um túnel ferroviário desativado liga a alameda ao resto da via, que após passar pela praça Félix Éboule, conduz o pedestre finalmente até o enorme parque de Vincennes. Uma beleza de passeio.


Antiga estação de Reuilly, hoje centro cultural

AlléeVivaldi

Um comentário:

  1. É muito bom saber que as soluções e aperfeiçoamentos urbanísticos não criaram "monstrengos" mas produziram mais beleza e harmonia tudo dentro de uma visão que considera as pessoas como os elementos mais importantes do espaço urbano.

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